os brinquedos...

Encontrei esta máquina de tricotar, à venda na Feira de Velharias, e quase a comprei, mas contive-me..., mais tralha não, please. Tivemos uma igualzinha a esta. Hoje não me apetece escrever..., mas fiz referência a este brinquedo, aqui: http://guiartefactory.blogspot.com/2007/12/carteiras-em-tela-pvc_12.html

les (petits) objets...

Estes dentes de elefante  (a minha irmã quando leu este post, disse-me: - Gui, que vergonha..., achas que são dentes de elefante?!... Sabes que tamanho têm os dentes de elefante? e eu... - Não? Nem de um elefante bebé?...) javali são o que resta de uns poucos de esquisitos objectos, trazidos de África (da Guerra do Ultramar). Um dia eu e a minha irmã conseguimos, sem a minha mãe saber subir ao sótão de casa, cuja a única entrada se fazia por um pequeno alçapão no tecto da minúscula despensa sem escadas. Nunca teve escadas fixas por duas razões: por roubar espaço à já exígua despensa e o medo das nossas aventuras, assim era mais seguro. Foi o delírio, claro! Não havia muita coisa..., mas tinha uma luz única que entrava pelos  intervalos das telhas e um abafado calor que davam um ar misterioso ao espaço e à descoberta. Encontrámos ferros trabalhados que eram candeeiros de tecto e parede antigos, adquiridos pelo Pai em antiquários e leilões, para restauro, e..., caixas de camisas de homem (da nossa ex-loja da Murtosa - Emporium) cheias de pó de talco onde nadavam centenas de selos numas, e uma pele de cobra noutra. Uma caixa grande com um fato camuflado, uma echarpe também com padrão de camuflado que eu viria a usar na adolescência, calções, camisas e casacos-de-saída em bege caqui. Numa pequena caixa estavam estes dentes. Também havia uma lança tribal que gostávamos muito, mas essa sempre esteve na sala, ainda esteve no apartamento do Bairro do Liceu, aqui em Aveiro..., mas entretanto perdeu-se.

Estes pequenos chineses vidrados que gosto muito, fazem parte da história recente e foram oferecidos à Mãe, pela Mara há uns quatro ou cinco anos.

dia de Páscoa

... era assim o dia de Páscoa quando era pequena, depois da azáfama de sábado em que ajudávamos a mãe a fazer o-melhor-pão-de-ló-do-mundo, vários, para oferecer 1 a cada avó, 1 à tia Guilhermina que é a madrinha da Clara e outro para casa, e de fazer os embrulhos das amêndoas para oferecer aos primos e de colocar uma nota e escrever o nome num envelope para os afilhados, e de já no domingo vestir uma roupa completa nova para ir à missa, esperava-nos um almoço especial. Depois preparávamos uma mesa simples na sala de visitas com vinho do Porto, amêndoas e claro o pão-de-ló e esperávamos com ansiedade no portão a visita do padre, que anunciava a chegada com o som da campainha e nós corríamos para dentro a gritar "Já aí vem!", e seguia-se todo aquele ritual igual em todo o lado, e só depois saíamos e íamos primeiro a casa da avó Amélia à Murtosa, depois passávamos em Veiros na casa da tia Guilhermina e seguíamos para Salreu para casa da avó Guilhermina e em todas as casas provávamos as iguarias próprias da época e trazíamos folares com e sem ovo, roscas (regueifa) gigantes, e muitas amêndoas Tipo Francês e umas pequeninas de pinhão coberto de açúcar, muito boas.

Este desenho foi feito por mim na escola (1ª classe).

15 de Abril...

adorávamos os livros da Anita e o seu universo de sonho..., este foi oferecido pela Maria do Céu, amiga da mãe, nos meus 8 anos (16.Mar.1977) e é lindo! sonhávamos com festas assim. ainda temos muitos que guardamos junto a tantas outras relíquias..., Anita vai à escola, Anita dona de casa, Anita vai às compras, Anita de bicicleta, Anita no jardim..., and so on. mas o meu preferido é sem duvida o Anita e a festa das flores, é belíssimo, e o carro mais bonito é o bule e as chávenas e todo o ambiente oriental. escolhi este Anita e a festa de anos para a mana que faz hoje anos. parabéns!!!

em pequeno formato...

qualquer pedaço de papel por menor que fosse dava sempre para um desenho, as carteiras de fósforos eram bastante utilizadas por nós, principalmente quando nos apetecia, coisa que acontecia regularmente, desenhar no carro..., "sentadas" de joelhos viradas para trás, desenhávamos nos pequenos cartões absorventes como as toalhas de papel, guardanapos e jornal onde as margens também davam para desenhar ou escrever, e que por essa razão gostávamos de usar esferográfica ou marcador. este é de 20/06/74, um ano entes de entrar para a escola.

a mana...

veste: camisola canelada feita à máquina pela mãe, e pullover em croché feito pela própria mas criação minha.

passo a explicar... começámos a fazer cada uma a sua capa com franja (poncho), a minha de cor turquesa e riscas rosa-parolo, e a da Clara de rosa-pálido com riscas azul klein como se vê na fotografia, e como já disse sou muito preguiçosa e as voltas (carreiras) estavam a tornar-se grandes demais e eu a perceber que não iria chegar ao fim. ... enfiei o losango pela cabeça e fui ver ao espelho quanto já tinha (quanto faltava) e percebi que,... tinha que dar-a-volta-ao-texto..., e de imediato virei o losango e transformei-o num quadrado que achei perfeito como encaixe para uma camisola sem mangas. fui a correr ter com a minha mãe e contar-lhe que já não ia fazer uma capa, mas sim uma camisola..., o-que-já-estava-feito (até às riscas) colocado a direito era um encaixe e era só fazer duas partes a direito (frente e costas) e coser só essa parte pois no encaixe não era necessário pois já fazia as cavas. para rematar um cordão torcido na mesma lã franzia ligeiramente no decote e em baixo. a mana também achou uma óptima ideia.

moral da história: o importante é tirar partido dos nossos defeitos características e (re)criar!

a isto chama-se design  http://pt.wikipedia.org/wiki/Design  ehehhe!!!

não quero deixar de fazer referencia ao bom-gosto da professora e do(a) fotógrafo(a) que fizeram esta brilhante produção. sim, estas duas-mesas-uma-em-cima-da-outra e o vaso-com-planta-farfalhuda e o poster-ao-fundo-que-mal-se-vê foram cuidadosamente colocados por forma a criar o melhor fundo para fotografar um a um todos os meninos e meninas da turma por mão-profissional como se pode ver pelo esmerado enquadramento da fotografia...

as manas...

...continuando a falar de casacos-de-malha-feitos-à-mão..., estes foram feitos por nós. Bem, o da Clara sim, quanto ao meu só fiz as costas e o resto fez a minha mãe. Esta fotografia foi tirada na sala de aula (acho que do ano lectivo 1978/1979) 3ª classe, a Clara e 4ª classe eu. O meu casaco era feito de rectângulos de meia e de liga intercalados como um jogo-de-xadrez, o da Clara era muito mais difícil pois não só era feito com dois fios de cor diferente, criando um mesclado que obrigava a maior atenção na mudança de ponto, ainda era dividido na diagonal em cada rectângulo. Éramos umas meninas prendadas e eu muito preguiçosa também. Na verdade ainda sou e tenho pena.