Estes dentes de elefante (a minha irmã quando leu este post, disse-me: - Gui, que vergonha..., achas que são dentes de elefante?!... Sabes que tamanho têm os dentes de elefante? e eu... - Não? Nem de um elefante bebé?...) javali são o que resta de uns poucos de esquisitos objectos, trazidos de África (da Guerra do Ultramar). Um dia eu e a minha irmã conseguimos, sem a minha mãe saber subir ao sótão de casa, cuja a única entrada se fazia por um pequeno alçapão no tecto da minúscula despensa sem escadas. Nunca teve escadas fixas por duas razões: por roubar espaço à já exígua despensa e o medo das nossas aventuras, assim era mais seguro. Foi o delírio, claro! Não havia muita coisa..., mas tinha uma luz única que entrava pelos intervalos das telhas e um abafado calor que davam um ar misterioso ao espaço e à descoberta. Encontrámos ferros trabalhados que eram candeeiros de tecto e parede antigos, adquiridos pelo Pai em antiquários e leilões, para restauro, e..., caixas de camisas de homem (da nossa ex-loja da Murtosa - Emporium) cheias de pó de talco onde nadavam centenas de selos numas, e uma pele de cobra noutra. Uma caixa grande com um fato camuflado, uma echarpe também com padrão de camuflado que eu viria a usar na adolescência, calções, camisas e casacos-de-saída em bege caqui. Numa pequena caixa estavam estes dentes. Também havia uma lança tribal que gostávamos muito, mas essa sempre esteve na sala, ainda esteve no apartamento do Bairro do Liceu, aqui em Aveiro..., mas entretanto perdeu-se.
Estes pequenos chineses vidrados que gosto muito, fazem parte da história recente e foram oferecidos à Mãe, pela Mara há uns quatro ou cinco anos.