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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"100 idees", 1974



... ou ao fim de 36 anos... Sim, há coisas assim! Esta revista é de 1974, tinha eu 5 anos, e pedi à minha mãe para me fazer este casaco. A minha mãe não o fez. Como sempre foi, e ainda é um hábito, ver e rever as mesmas revistas várias vezes por ano e durante vários anos e há revistas que são muito especiais e esta é sem dúvida uma delas..., todos os anos ou sempre que a revia, fiz o mesmo pedido. Não sei porquê mas este casaco nunca me foi feito. Durante uns quantos anos anos (entre os meus 25 e os 35 anos, mais ou menos) esqueci-me dele pois a revista esteve juntamente com outras também antigas mas especiais, encaixotada numa despensa. Há 5 anos a minha mãe muda de casa e (re)encontrei-a. E claro, a paixão por este casaco não tinha morrido com o passar-do-tempo, muito pelo contrário..., e mais uma vez pedi à minha mãe para o fazer. A minha mãe riu-se..., "sempre gostaste desse casaco!" - "pois gostei e gosto e tu nunca mo fazes...". Mas ainda não foi desta, mas também não voltou a cair no esquecimento e de lá para cá todos os Invernos o pedi. Este ano em Agosto, estávamos a fazer praia em Espinho, e numa segunda-feira, fomos à Feira de Espinho, coisa que não fazia-mos há mais de 20 anos, e vi uma lã de cor cinza, que gostei e não dei hipótese à minha mãe. "Mãe compra-me esta lã para fazeres aquele casaco que te peço desde os 5 anos." Mais uma vez a minha mãe riu-se, e disse "está bem!". A minha mãe disse que mo fazia para o Natal, mas entusiasmou-se e ficou pronto em fins de Outubro! Vesti-o no dia seguinte e durante mais de uma semana vestia-o dois dias seguidos fazendo um intervalo de um dia e voltando a mais dois dias seguido de outro intervalo de um dia e com um sorriso de orelha-a-orelha contava esta história a todos quantos mo gabavam. O meu primo Tó com o seu sempre sentido de humor disse: "bem, só tem 15 dias mas já podia estar no Museu do Traje!", eu não diria tanto, mas bem podia estar no MUDE, juntamente com a revista!
Aqui, http://coolar-te.blogspot.com/2008/11/as-revistas_18.html estão outras páginas e a capa desta mesma revista e um texto onde explico a importância das revistas na minha vida.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

"burda", 1976


Escrevi um texto no cool@r_te, sobre as revistas, e o que significaram, significam para mim, e pode ler-se aqui: http://coolar-te.blogspot.com/2008/11/as-revistas_18.html
A minha mãe fez-nos este casaco quando eu tinha uns 8 anos e a minha irmã 7, por aí..., mas em lã de ovelha  de tom cru. Eram lindos e cobiçados como sempre pelas vizinhas, mas destes não me lembro de ter havido cópias nas redondezas. Eram cópias autorizadas pela minha mãe (que lhes emprestava as revistas e ainda lhes ensinava a fazer) e que me punham furiosa. Chamava-lhes copiosas.
este ano a minha mãe fez estes 2 casaquinhos para oferecer a 2 sobrinhas-netas, em versão Primavera/Verão em linha de algodão.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

família...

Eu, a Lena e o Huguinho (primos) e a Clara (mana), no pequeno "Honda" da tia Milú com volante à direita e matrícula ZE que tinha vindo de Moçambique.
foto original por Milú Sardinha (1979)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

objectos..., de sempre


que acompanharam e resistiram às várias mudanças de casa.
Riquexó japonês (riquixá), em que já falta a sombrinha à Geisha, trazido de Moçambique pelo meu pai; almofariz de bronze; pequeno jarro vidrado; medida de perfume antiga em cobre, que durante muitos anos manteve um agradável aroma perfumado, adquirido na liquidação de um armazém.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

... a casa!


Esta é casa da minha infância, aqui vivi dos 3 aos 15 anos, altura em que viemos para Aveiro. Depois ainda nos pertenceu e passou a casa de férias até aos meus 25 anos, altura em que a vendemos. Hoje já não tem as escadas exteriores e subiu um andar pois teve intervenção de arquitecto e está bonita mas já não é a minha casa. Esta casa está situada em frente à Ria, a 500 metros da Ponte da Varela nas Quintas do Norte a uns 4 Km da Torreira.
Tínhamos praia privativa. É verdade com escritura e tudo. O terreno da Ria em frente a casa era nosso. Um privilégio eu sei. E tínhamos muitos outros.
Esta foto não está datada, mas julgo de 1973, o ano em que comprámos a casa. A ser, tenho 4 anos e sou a que não aguenta de todo o sol nos olhos, e a minha irmã 3 anos e parece suportar um bocadinho melhor o sol pois só tapa um olho com a mão. Foi o meu pai que tirou a fotografia e por isso quem está na foto é a minha mãe e o tio António que nos tinha vindo visitar.
Como as sardinheiras da minha mãe ainda estavam muito pequenas e a preto e branco eu colori com buxos e hortências em vasos grandes.
A imagem da casa é importante pois este "mundo em que vivi" é totalmente passado aqui nesta casa, no jardim desta casa, no quintal desta casa, na praia desta casa, com os vizinhos desta casa, nos quintais dos vizinhos desta casa,...

domingo, 13 de junho de 2010

faça você mesma


... e era o que fazíamos. O que agora é tido por uma determinada elite, como sendo fundamental na educação das crianças, para o desenvolvimento da criatividade, para que tenham brinquedos realmente brinquedos, para que sejam crianças realmente crianças, para que tenham contacto com texturas, para que brinquem com as cores, para que tenham gosto pelos objectos, para que não passem horas em frente à televisão, para que à noite estejam exaustas e se deitem cedo e felizes, para que acordem igualmente cedo e cheias de energia e ideias para o dia..., mães a deixarem uma carreira promissora, para estarem em casa com os filhos na idade fundamental ao seu desenvolvimento..., não é novo para mim, mas fico feliz que assim seja. Espero que de uma pequena elite se estenda a uma maioria esclarecida que bem é precisa neste país à beira do colapso..., sem dinheiro, sem valores e sem-vergonha.
A minha mãe não trabalhava (era doméstica, como se dizia na época) e fazia lindas camisolas, cachecóis, gorros, sapatinhos para dormir, bonecos, tudo em lã. Eu dizia na escola que a minha mãe sabia fazer todos-os-pontos-do-mundo e ninguém acreditava. Um dia contei em casa que os meninos não acreditavam e a minha mãe disse: "pois não filha..., então a mãe sabe fazer todos os pontos do mundo?" - "Sabes, sabes, porque tu vez nas revistas ou na televisão e consegues fazer o ponto novo!" Embora não tivesse aprendido, a minha mãe também fazia a costura de casa, e para isso valia-se dos moldes da "Burda" e nós adorávamos decalcar e recortar os moldes, que depois a minha mãe colocava em cima do pano com preceito e desenhava a giz turquesa sobre o tecido. Enquanto isso nós cortávamos roupa para as bonecas, cosíamos, bordávamos, fazíamos pintainhos de pompons de lã, desenhávamos, pintávamos, fazíamos croché, e tantas, tantas outras coisas...

sábado, 5 de junho de 2010

1, 2, 3, era uma vez...




ou 3, 2, 1 ou 2, 3, 1 ou 3, 1, 2 ou 2, 1, 3 ou..., como me apetecer, vou colocar aqui imagens acompanhadas de algumas palavras (sempre mais imagens que palavras...) das coisas que me rodearam, com que tropecei, das coisas que li, que vi, que me contaram, que inventei ou "floreei", objectos que me foram familiares e que guardo, objectos que quis não tive, objectos que fiz, imagens de revistas muito especiais, de livros que me fizeram sorrir e sonhar..., and so on...

Como nos outros blogs, também aqui não vai haver nenhuma ordem cronológica, mas conforme me aprouver.